Escritos da Alma

Esta é uma extensão do meu ser, um pedacinho das minhas quimeras, fagulhas das minhas ilusões. Drummond me ensinou a divulgar-me, porque meu coração é muito menor que o mundo, nele não cabem nem minhas dores, nem minhas alegrias, nem minhas revoltas e divagações. Então... Entre e fique à vontade. A intenção é me despir, me gritar e freqüentar os jornais, pois preciso de todos. Não escrevo pra mim. Escrevo por vida, pela vida e para a vida.

domingo, julho 06, 2008

Libertação.
Liberta-a-ação.
O Verbo.
E também os adjetivos, substantivos, e tudo mais que a Língua Portuguesa me permitir (ou não, tanto faz. Se ela não permitir, eu arranjo outros idiomas).

Libertar as palavras.
Os pensamentos.
Os voláteis suspiros de realidade.
As centelhas de sentimento em meio ao caos.
Libertar, acima de tudo, a mim.

Libertar o positivismo que aprisiona. Que endurece. Que turva. Que entorpece. Que alucina.
O cabresto constitucional que as legislações me impuseram.
A venda da justiça cega cheia de furos, que permite enxergar a quem bem lhe entende.
As paredes que "me escutam e me irritam". Me sufocam.

Não mais escrever com a alma, mas sim com os olhos cansados desta miopia de ignorância.
Com a mente fértil, adubada (literalmente) com este cotidiano fecal.
Com as letras de quem pensa por si próprio. Com as palavras que as mãos bem entenderem. Com as idéias jorrando, sem medo e sem castração.

Não quero ser mais a Querubina de sonhos alados e auréola dócil.
Pés no chão. Mas a cabeça, esta vai aonde quer... E as palavras vão junto, retratando minhas percepções.

Quero ser Eu.
Ainda que não saiba quem o sou...


"Grito pras pessoas
E elas me fitam
E sufocam
Entre tintas descascadas
E sujeiras
Mais que a garganta que não cansa
A voz alcança um tempo sem fim
E as folhas mortas pelo chão- da outra estação -
Ainda são bonitas
Ainda são perfeitas
Ainda são, pra sempre..."
Jay Vaquer, Paredes.


PS: A propósito, não volto mais aqui. Mas aviso o próximo endereço, a quem interessar possa.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Há tempos que eu não me dou o tempo necessário parar vir aqui e colocar tudo dentro de mim para fora...
Há tempo que eu imploro a Deus mais tempo para mim, para o mundo... Mas o tempo insiste em correr, em voar, em desaparecer na linha horizonte... Quanto mais eu rogo por ele, mais ele foge de mim.

Acabo de me dar conta que há um ano minha vida mudou completamente. Foi há exatamente um ano que eu desaprendi a sensação de esperar o tempo passar olhando pela janela.
Mas também há exatamente um ano, minha vida se confundiu com a vida daquele que hoje posso chamar Amor da Minha Vida.
Não, não fazemos um ano de namoro hoje.
Na verdade, há um ano eu me dava uma nova chance e encarava, novamente, o desafio de passar na UFBa. Ok, eu não passei de novo, mas hoje não me sinto mais perdedora por isso.
Perdi minhas tarde livres, mas ganhei profesores novos (maravilhoso, bons e ruins); perdi um bom tempo de facul, me atrasei, mas conheci pessoas novas; perdi muito tempo com meu amigos antigos, mas fiz amigos novos, e verdadeiros; perdi muitos finais de semana, mas ganhei muitas risadas de domingo a domingo, e ganhei também consolo para as lágrimas que teimavam em cair, e ganhei ainda ombros que me aconchegavam quando o sono e o casaço falavam mais alto. No final das contas... Perdi na UFBa, mas ganhei um novo jeito de encarar a vida, e muito mais vontade de aproveitar todos os momentos possíveis! E o melhor de tudo, o meu maior presente... Ganhei o Meu Grande Amor, e com ele, uma nova família e uma nova irmã.

Por uma destas conhecidências do destino (maravilhosas, diga-se de passagem). Também num dia 2 assumimos pro mundo inteiro o nosso amor. E hoje, no nosso 8º dia 2 oficialmente namorando, eu assumo, mais uma vez, para toda e qualquer pessoa que venha a ler isto, e principalmente para vc, Meu Menino, Meu Amor, Minha Vida, que

EU TE AMO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS!
Não há nada que eu deseje mais neste mundo do que te fazer plenamente FELIZ! E é isso que eu desejo todos os dias... Que eu possa estar à altura sempre da felicidade que vc me dá!!!
Que este seja apenas o 8º mês de uma eternidade, como já diz o sábio Bonguinha que entende BEM o que sentimos... ;)
Acho que este é o primeiro post verdadeiramente romântico desse log...
Espero que não seja o último!
Quando der, eu volto... Sinto falta de me despir e mostrar aqui, como verdadeiramente sou.
Gosta quem quer.

http://os-paralamas-do-sucesso.letras.terra.com.br/letras/63453/

segunda-feira, março 12, 2007

OUTONO
Não, não é primavera
É outono e as folha caem
Ventos frios já me sondam
Ensaio de inverno?
Muitas chuvas, torrentes
Levam embora o pó
Resultado da lapidação
Não é verão, não há sol
Os rios irradantes de luz sumiram
É outono
E um som melancólico ecoa nas ruas
Não é som de flores
Não é som de calor
É som de folhas caindo
Silencioso alaranjado
Prenúncio de tempo novo
De neve que se aproxima
De gelo, de chuva
De lareira, de chocolate quente
De colo que prende
De cobertor a dois
Sim... É outono
E há frutos
Cultivados no último ano
E, agora, colhidos
Darão sabor ao inverno
Nem só de gelo se fará o novo tempo
Quando no coração há calor
Não há estação ruim
Não há neve que não derreta
Não há folha caída que não adube a terra
para que nasçam novos frutos.
o outono tem sabor de novidade
Renovação...
Experimento os novos sabores
E tento me acostumar com o amargor
Tanto quanto me era familiar
O doce gosto da segurança...
12/03/2007 14:15
Frutos novos...
Experiências, amadurecimento, novos sabores, cores, cheiros, sensações... Bons e ruins.
Nem só de primavera se faz um ano inteiro (infelizmente).
As estações passam... Minha vida permanece. Essencialmente inalterada.
Continuo esperando pelo renascer das flores... sempre.
Nada como o perfume de um jardim...
Nem mesmo um pomar repleto de frutos apetitosos.
"Entre na estação e vá pra onde for
Se for, eu vou..."
-> 3 dias pra Formidável Família Musical... \o/
Quantos voltam pra primavera voltar? :/

quarta-feira, fevereiro 21, 2007


Visão ocular
Ao olhar em teus olhos
Não vejo apenas pupilas
Enxergo muito, muito além
Através desse mágico brilho,
Avisto um futuro suave
De encanto e felicidade
Sucesso, alegria... E tropeços também
Mas logo de volta ao caminho, parar.
Vejo a vida passar lentamente
Uma brisa que sussurra nas folhas
Canta melodias de bons presságios
Leve repouso aos ouvidos.
O tempo arrasta-se com quietude
Trajetória firme
Bem marcada de esforço
E merecido reconhecimento.
Em suas íris, proteção
Castanhas, cor de chocolate
Impossível um olhar mais doce!
Desfalece-se ao encontro do meu...
Saborosa sinceridade
Ainda que traga uma verdade amarga.
Olhar teu, paixão minha
Amor de entrega nosso...
Em teus olhos me reconheço
Bola de cristal do meu futuro
Me vejo, e não só por um reflexo
Reconheço-me em ti...
Literalmente pupila dos meus olhos
És meu. De corpo, alma e (encantadores) olhos.
Olhos sedutores do homem da minha vida.
E mais nada a dizer, porque é desnecessário.
(mais que implícito que TE AMO como nunca amei ninguém)

domingo, janeiro 07, 2007

2007 se inicia.
Já se passou uma semana desse novo ano e ainda tenho a sensação de que o ano recém terminado ainda não se desgrudou totalmente de mim. As marcas de mágoa, de esforço vão, de tempo e suor jogados fora ainda estão aqui, latentes. A sensação de incapacidade corre quente pelas minhas veias, e nada que eu faça consegue extraí-la de mim.
Embora a vida tenha me sorrido em meio a tantas dificuldades... Os últimos tempos foram muito difíceis. Mas estou aqui, inteira. Remendada, cheia de cacos colados e rachaduras... Sobrevivi. E aprendi.
Descobri que não sou de porcelana. Sou mais resistente à quedas e tombos do que eu mesma imaginava. Aprendi a ser forte, a encarar meus problemas e, ao invés de chorar, guardar minhas forças para encontrar soluções.
Não, não é nada fácil viver, definitivamente. Mas é maravilhoso aprender vivendo...
Estou viva. Nada pode me tirar a alegria dessa descoberta agora.
Nem as cicatrizes que teimam em ainda sangrar, vez por outra.
Nem a certeza de ter nadado um oceano de seis meses e ter morrido na praia.
A felicidade de viver ultrapassa qualquer entendimento...

PS: esse desabafo mudou de teor radicalmente pela madrugada adentro...
Obrigada Júnior, meu amor, e Miguel, que estou aprendendo a decifrar, pela companhia em mais uma noite em claro... ^^

Que 2007 transcorra como têm corrido minhas mais recentes lágrimas... Macias, esquentando a face e não mais machucando-a. Carinho de alegria.
E que assim sejam 2008, 2009, 2010...
\o/

quarta-feira, dezembro 27, 2006

ROTEIRO

Corro a caneta sobre o papel
Discorro, invento palavras
Rubra é a melodia do pensar
Negro é o instinto de agir
Impetuosa ação
Diáfana omissão
As letras me aprisionam
As entrelinhas me libertam
Fugir é a solução
Divagar melancolias vãs
Entristecer o ego sem razão
E, de súbito, num ímpeto luminoso
Retornar à realidade
Será real a rotina?
Rotineiro o cotidiano?
É impensado o script,
isso é fato.
E, ao fim do enredo,
restaremos apenas nós,
sem representar,
sem atuar,
sem fingir.
Nós, apenas
Imaginando o roteiro,
por trás das cortinas,
escondidos das luzes:
Eu, a caneta e o papel...


Saudades, muitas saudades do tempo em que éramos um.
Um trio inseparável.
Hoje, recorro a eles volta e meia, mas... O relacionamento não é mais o mesmo.
Fujo de mim, logo fujo também deles.
Quero voltar a me achar e não ao certo como.
Vou encontrar o fio do novelo perdido no último semestre em algum lugar do tempo/espaço, entre tanta correria...
Vou voltar a mim.
Eu juro.

quarta-feira, novembro 01, 2006

"Com um papel e uma caneta na mão (ou, hoje em dia, com o computador), eu sinto-me defendido."
Miguel Sousa Tavares

Faço dele as minhas palavras...

É tudo culpa do Arquétipo.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1423840
Tudo culpa da UFBa.
Tudo culpa da literatura e dessas páginas que teimam em me aprisionar.
Tudo culpa... minha.

Mas, ainda assim, me defendo.
Tenho as armas nas mãos (literalmente).
Sou inocente.

terça-feira, outubro 10, 2006

23:00.
Eu e o computador dividimos uma garrafa de Coca-Cola.
Acabo de chegar, depois de 16 horas fora de casa, com direito a 3 ônibus lotados e com 7 aulas nas costas. O cérebro já se foi há muito tempo...
Tomo um bom banho e me deixo abduzir pela luz azulada dessa tela. Sou abduzida para dentro do mundo, converso com amigos distantes e próximos pelo mesmo canal de comunicação, com igual distância.
É minha forma de relaxar depois de um dia estressante, promessa de uma semana igualmente estressante, e não muito diferente do que têm sido meus dias. E a tendência é piorar.
Se eu não enlouquecer até as férias... Morro lúcida, com toda a certeza.
Nunca estive tão distante de mim mesma.
Nunca tive tanto tempo ocupado.
E nunca tive tanta vontade de ocupar-me de mim.
Ultimamente, tenho sentido esvair-me entre os dedos e nada poder fazer. Minhas mãos não se fecham o suficiente para impedir de escorrer a efemeridade do tempo.
Quero colo.
Quero liberdade.
Quero dormir até o corpo reclamar.
Quero quebrar meu despertador todas as manhãs.
Quero esganar quem inventou a física.
Quero duplicar todos os meus dias até dezembro.
Quero ter tempo pra sentir o tempo passar.
Quero o impossível:
quero a mim, novamente, por inteiro...

=> Vale pedir desculpas a todos a quem estou devendo visitas, saídas, reggaes, conversas, tempo, atenção... :/
Não é por falta de querer, amores...
=> E vale também agradecer a quem tanto tem me feito bem...
(quem quiser q se encaixe, hehehe...)


Feriadão inexistente pra mim. Revoltadíssima, aula quinta, sexta, sabado E domingo.
Não sendo nada egoísta...
Bom feriadão pra vocês.
E que o tempo seja meu amigo, me faça companhia por mais tempo.

quinta-feira, setembro 21, 2006

"Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário

Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.

"Ás" de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem... Até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem... Seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas..."

Dom Quixote, Engenheiros do Hawaii

O Mundo me vira às costas e eu o apunhalo covardemente.
Não, essa é apenas a vontade.
Me falta a coragem para audaciosa atitude.

Se a confiança é uma causa perdida...
Muito prazer, meu nome realmente é otário.
Mas, por amor a ela, prefiro continuar carta fora do baralho.
Dane-se os outros, dane-se o passado.
Agora será diferente.
Ninguém mais fará do puro-sangue um pangaré.
E não me venha com essa de que dragões são moinhos de vento.
Não acreditarei só pra agradar.
Mas, ainda assim...
Peixe fora d'água.
Muito prazer!

(Tem coisas que nunca mudam).

terça-feira, setembro 05, 2006

"Não demora agora
Há tanto pra gente conversar
Eu desejo e vejo, a rua você atravessar
E os seus passos largos já não me incomodam
Não te acompanho mais, caminho do meu modo
Seus olhos turvos e poucos sinceros
Não me atormentam quanto mais eu enxergo

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e esta canção
Pra dizer adeus ao nosso coração

Tá na minha frente
Não se perturbe verdade é pra falar
Sei que vai doer um pouco
Mas ainda há tanto pra lembrar
O seu sorriso lindo, indefinido
Suas mãos tão quentes atravessando o meu vestido
Palavras que falávamos simultaneamente
No meu ouvido o seu discurso indecente

Às vezes o amor
Escorre como areia entre os dedos
Não tem explicação para tantos erros
É melhor partir
Antes do último grão cair

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e esta canção
Pra dizer adeus ao nosso coração"

Último Grão - Isabella Taviani

Faço minhas as palavras dela...
O vento mudou a direção e parece que algumas sementes se dispersaram, as que caíram na terra não resistiram o suficiente...
"A minha vida é tão confusa quanto a América Central, por isso não me acuse de ser irracional", como Gessinger, penso, apesar dos atos "impulsivos". Mas a confusão ainda é maior que a racionalidade...
Tinha tanto a dizer aqui... Mas hoje ainda não dá, ainda estou curtindo meus cinco minutos de fundo do poço a que tenho direito...
Nem eu mesma sou capaz de traduzir em palavras o que minh'alma quer me convencer.
Retenho-me ao silêncio, o mais sábio dos eloqüentes.