Libertação.
Liberta-a-ação.
O Verbo.
E também os adjetivos, substantivos, e tudo mais que a Língua Portuguesa me permitir (ou não, tanto faz. Se ela não permitir, eu arranjo outros idiomas).
Libertar as palavras.
Os pensamentos.
Os voláteis suspiros de realidade.
As centelhas de sentimento em meio ao caos.
Libertar, acima de tudo, a mim.
Libertar o positivismo que aprisiona. Que endurece. Que turva. Que entorpece. Que alucina.
O cabresto constitucional que as legislações me impuseram.
A venda da justiça cega cheia de furos, que permite enxergar a quem bem lhe entende.
As paredes que "me escutam e me irritam". Me sufocam.
Não mais escrever com a alma, mas sim com os olhos cansados desta miopia de ignorância.
Com a mente fértil, adubada (literalmente) com este cotidiano fecal.
Com as letras de quem pensa por si próprio. Com as palavras que as mãos bem entenderem. Com as idéias jorrando, sem medo e sem castração.
Não quero ser mais a Querubina de sonhos alados e auréola dócil.
Pés no chão. Mas a cabeça, esta vai aonde quer... E as palavras vão junto, retratando minhas percepções.
Quero ser Eu.
Ainda que não saiba quem o sou...