Escritos da Alma

Esta é uma extensão do meu ser, um pedacinho das minhas quimeras, fagulhas das minhas ilusões. Drummond me ensinou a divulgar-me, porque meu coração é muito menor que o mundo, nele não cabem nem minhas dores, nem minhas alegrias, nem minhas revoltas e divagações. Então... Entre e fique à vontade. A intenção é me despir, me gritar e freqüentar os jornais, pois preciso de todos. Não escrevo pra mim. Escrevo por vida, pela vida e para a vida.

quinta-feira, setembro 21, 2006

"Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário

Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
aerodinâmica num tanque de guerra,
vaidades que a terra um dia há de comer.

"Ás" de Espadas fora do baralho
grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
por amor às causas perdidas.

Tudo bem... Até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem... Seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
por amor às causas perdidas..."

Dom Quixote, Engenheiros do Hawaii

O Mundo me vira às costas e eu o apunhalo covardemente.
Não, essa é apenas a vontade.
Me falta a coragem para audaciosa atitude.

Se a confiança é uma causa perdida...
Muito prazer, meu nome realmente é otário.
Mas, por amor a ela, prefiro continuar carta fora do baralho.
Dane-se os outros, dane-se o passado.
Agora será diferente.
Ninguém mais fará do puro-sangue um pangaré.
E não me venha com essa de que dragões são moinhos de vento.
Não acreditarei só pra agradar.
Mas, ainda assim...
Peixe fora d'água.
Muito prazer!

(Tem coisas que nunca mudam).

terça-feira, setembro 05, 2006

"Não demora agora
Há tanto pra gente conversar
Eu desejo e vejo, a rua você atravessar
E os seus passos largos já não me incomodam
Não te acompanho mais, caminho do meu modo
Seus olhos turvos e poucos sinceros
Não me atormentam quanto mais eu enxergo

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e esta canção
Pra dizer adeus ao nosso coração

Tá na minha frente
Não se perturbe verdade é pra falar
Sei que vai doer um pouco
Mas ainda há tanto pra lembrar
O seu sorriso lindo, indefinido
Suas mãos tão quentes atravessando o meu vestido
Palavras que falávamos simultaneamente
No meu ouvido o seu discurso indecente

Às vezes o amor
Escorre como areia entre os dedos
Não tem explicação para tantos erros
É melhor partir
Antes do último grão cair

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e esta canção
Pra dizer adeus ao nosso coração"

Último Grão - Isabella Taviani

Faço minhas as palavras dela...
O vento mudou a direção e parece que algumas sementes se dispersaram, as que caíram na terra não resistiram o suficiente...
"A minha vida é tão confusa quanto a América Central, por isso não me acuse de ser irracional", como Gessinger, penso, apesar dos atos "impulsivos". Mas a confusão ainda é maior que a racionalidade...
Tinha tanto a dizer aqui... Mas hoje ainda não dá, ainda estou curtindo meus cinco minutos de fundo do poço a que tenho direito...
Nem eu mesma sou capaz de traduzir em palavras o que minh'alma quer me convencer.
Retenho-me ao silêncio, o mais sábio dos eloqüentes.